sábado, 30 de abril de 2016

Tempo.... tempo....



Lacônicos são os dias.  A noite surge intempestiva, vilipendiando o crepúsculo, com suas brilhantes companhias.  Em um cenário mágico e lúgubre, o frio bate as vidraças eclipsando pensamentos e visão. O tempo, velho conhecido, esgueira-se, corre, voa, extirpando sonhos e realizações adiadas.

Tempo, tempo, tempo…Compositor de destinos

Premência… minha memória enceta o adormecer. Protelar minha escrita seria decretar o silêncio, tirar pena e tinta deixando o papel virgem, revel.

Tempo, tempo, tempo. .És um dos deuses mais lindos

Administrar o tempo seria imperioso, porém não me basta a ignorância do vento, não saberia e nem o admitiria deixa-lo fazer. Fico com o coelho da Alice, é tarde, é tarde, é tarde.  E por não saber reger este tempo, devo sempre o ser e o tanto fazer. Tempo que encurta passos, caminhos, entradas e bandeiras . Dívidas que não tem como saldar.

Tempo, tempo, tempo. Entro num acordo contigo….

Então… frente a frente… nós, eu e o tempo. Sagrado. Peço trégua. Ele sorri, galante, sussurra-me que o tenho. Faz juras de sempre e nunca, promessas de agora em diante, pactos de não ultrapassar. Declara que quer envelhecer comigo, que quer envelhecer em mim. Sucumbo aos seus votos. Em resposta digo “sim, aceito”. Pede, masculino, que eu cuide bem do que faço dele. E afiança, provedor, que se encarregará de tudo quanto fará de mim. 

Vacilante…  assino todos os termos com a esperança por testemunha.

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