Ali
ficou...
olvidado,
escondido
entre antigas fotos, cartões postais, chaveiros...
em
um escuro e frio sótão
Ali ficou... durante anos ... silente...
Havia
a tudo presenciado, os desejos, os sonhos...
suas
orelhas ouviram promessas, juras... era encantado
Ali ficou... enterrado...
a
linda caligrafia gravada com perfeição, carinho, dedicação... em
suas páginas nunca folheadas
Uma
história de um amor... contada, cantada em verso e lágrimas...
marcando folhas...
Ali ficou...
toda
verdade, toda declaração...
a
vontade, ansia, da chegada... motivos e revelações..
Surpreendentemente em uma cinza e chuvosa manhã, precisamente às sete horas e quinze minutos do dia dois de agosto de mil novecentos e onze, em uma fria terça-feira, algo inesperado aconteceu...
Assim
como os pingos da chuva... assim como a água da imensa tempestade,
do dia, escoando pelas ruas... no interior das páginas;
letras,
sílabas, vocábulos, movimentam-se
parágrafos, diálogos,
orações, figuras de linguagem, interrogações...
tudo... e
abandonam a história...
Fim
de um livro... vazio de uma vida.
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